A entrevista de Nuno Correia da Silva

Li a entrevista de Nuno Correia da Silva ao Record (19 outubro 2022).

A entrevista prima pelas mesmas falsidades e pela mesma narrativa que os atuais Conselho Diretivo do SCP e Administração da SAD seguem.

Afirmações de Nuno Correia da Silva

Ao dizer que em 2018 “havia dívidas com anos a clubes”, Nuno Correia da Silva falta à verdade, como é possível verificar no Relatório e Contas da SAD de 2017/18 que já foi elaborado pela SAD liderada por Sousa Cintra.

Assim, verifico que, a clubes e no total, faltava pagar cerca de 33 milhões de euros. Este valor é explicável, em grande parte, pela contratação de jogadores, como Wendel, Raphinha, Viviano, Bruno Gaspar, Lumor. Restando uma parte de Bruno Fernandes, mas Bas Dost e Acuña, por exemplo, eram residuais, bem como Piccini.

Como administrador, Nuno Correia da Silva não se pode abster de responsabilidades, a não ser que tenha votado contra as decisões que foram sendo tomadas. Não pode tentar esconder a triste realidade atual em que o total a pagar a clubes, em 30 de junho de 2022, ascendia a cerca de 71 milhões de euros, mais do dobro do que em 2018.

 

Situação atual segundo Nuno Correia da Silva

Ao dizer que o cenário atual é melhor que o de 2018 só pode ser uma brincadeira: Ou Nuno Correia da Silva não sabe interpretar as demonstrações financeiras das quais é responsável ou quer fazer de todos os sócios do Sporting Clube de Portugal parvos.

Para que não fiquem dúvidas, deixo os quadros de fornecedores correntes e não correntes, retirados dos Relatórios e Contas da SAD dos exercícios de 2017/18 (preto) e 2021/22 (verde).

Não satisfeito, Nuno Correia da Silva mantém a narrativa de que são 2 anos de receitas antecipadas, quando se fala do contrato da NOS. Aqui, já nem vale a pena referir 2018, pois os montantes desse ano não são equivalentes aos montantes de 2 anos em 2022. Ou já se esqueceu que foi na época de 2018/19 que entraram em vigor os valores do novo contrato assinado em final de 2015, pelo então Conselho Diretivo?

Portanto é uma gigante falácia argumentar da forma usada por Nuno Correia da Silva. Comparar os valores de 2018 com os de 2022 permite perceber que afirmar que “são 2 anos antecipados” não impede o valor de crescer.

Nada melhor que o verificar nos quadros dos Relatórios e Contas do Sporting Clube de Portugal.

Atente-se no valor de junho de 2021, quando já diziam que eram 2 anos, e no valor de junho de 2022 que também “são” 2 anos. Depois, veja-se quanto representava “2 anos” em 2018. Rir para não chorar com as narrativas falaciosas que nos impingem.

 

Conclusões possíveis

Assim, ficamos esclarecidos da dificuldade que Nuno Correia da Silva tem em assumir as suas responsabilidades sobre factos indesmentíveis. Estes números, publicados por si próprio enquanto administrador da SAD, são contrários à narrativa que tenta implementar, o que demonstra a dificuldade em lidar com a verdade. Ao mesmo tempo, como não podia deixar de ser, puxa para si os louros da escolha de Rúben Amorim para treinador. É extraordinário.

A pergunta que deixo é: se no que é factual, como são as contas, isto é assim, como será nas restantes? Naquelas que não temos possibilidade de confirmar se o que diz Nuno Correia da Silva tem, minimamente, espelho na realidade?

 

Nuno Sousa #PeloMeuSporting

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