Análise ao Relatório & Contas 2021/2022 – Sporting SAD (parte 7)

Neste texto de análise ao Relatório & Contas 2021/2022 – Sporting SAD (Parte 7) vamos olhar atentamente para uma das grandes preocupações dos Sócios do Sporting Clube de Portugal: a dívida do Clube à SAD, que todos os anos está a aumentar.

 

 Dívida do Sporting Clube de Portugal à SAD: “só” mais um recorde

No que se refere ao Clube e à sua relação com a SAD, há mais um recorde atingido: a dívida de 21,7M€. Era de 20,1M€ em junho de 2021, pelo que teve um aumento de 1,6M€ em 12 meses.

Este aumento da dívida só não é maior porque existe um novo facto deveras surpreendente (ou talvez não) que não foi amplamente divulgado pela atual Direção. Trata-se do débito de royalties, efetuado pelo Clube à SAD, pela utilização da marca Sporting.

 

Uma medida boa, muito boa

Esta medida estava presente no Programa Eleitoral da lista Pelo Meu Sporting. Visando a devida compensação pela SAD ao Clube pela utilização da marca, símbolos, património, sugeriu-se, entre outras propostas, o pagamento pela utilização do Estádio José de Alvalade.

Assim, esta é muito provavelmente uma das melhores medidas da atual Direção, embora não a tenha proposto no seu Programa Eleitoral, nem durante os 4 anos do mandato anterior. Esta decisão pode ser apenas comparada à de direções anteriores de reverter para o Clube a totalidade das quotas dos Sócios do Sporting Clube de Portugal e a construção do Pavilhão João Rocha.

Esta decisão é boa, muito boa, pelo que é de questionar o porquê deste “protocolo” não ter sido comunicado, justificado e explicado aos Sócios do Sporting Clube de Portugal e aos acionistas da SAD.

Quais os critérios, prazos e valores definidos? Se é uma evidência que ao longo dos anos houve uma “utilização abusiva”, pois não gerou qualquer compensação ao Clube, porque não se vai mais longe e se repõe retroativamente a justiça, eliminando a dívida do Clube à SAD?

 

Porquê agora?

Ser apenas agora, quando antes tiveram tantas oportunidades para o fazer, leva a pensar que foi uma medida executada “em cima do joelho”, apenas tomada pela necessidade de salvar as contas anuais do Clube. Mais, tomada à boleia da proposta da lista Pelo meu Sporting, que propunha que a SAD pagasse a utilização da marca Sporting ao Clube, e para que não entrassem em incumprimento estatutário com destituição imediata de funções dos Órgãos Sociais do Clube.

É de acreditar que as contas do Clube, a publicar nos próximos dias, irão apresentar umas poucas centenas de milhar de euros de resultado positivo, como é hábito. Mas, sem este débito de royalties, pelo contrário, teriam um prejuízo substancial.

 

A verdadeira razão?

Depois da necessidade de mudar o normativo contabilístico, está-se agora perante esta nova forma que pretende evitar a destituição ocasionada pelo incumprimento orçamental no Clube.

 Esta posição demonstra zero de estratégia e zero de preocupação pela sustentabilidade do Clube.

Acresce a tudo isto a opacidade, a falta de transparência e algum oportunismo, que são a imagem de marca da atual Direção.

#PeloMeuSporting

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