Hélder Amaral sobre a renovação de Rúben Amorim

“A razão é a sobrevivência de Frederico Varandas como presidente do Sporting Clube de Portugal.”

Esta é a opinião de Hélder do Amaral, candidato a vice-presidente nas últimas eleições no Sporting Clube de Portugal, antigo deputado e antigo presidente da comissão de economia do parlamento português, sobre o timing da renovação com Rúben Amorim.

Em entrevista à Bola Branca da Rádio Renascença, afirmou:

Não há nada que justifique a renovação neste momento, a não ser o reconhecimento de uma dificuldade, e Frederico Varandas acionou a apólice, o seu seguro de vida. Só quem não respeita a história do Sporting pode achar que o Sporting não é um grande clube com a obrigação de ser campeão.

Por isso digo, Rúben Amorim, em determinado momento, compensou todas as falhas dando um título de campeão ao Sporting. Falta agora saber se havia projeto, se há um fio condutor, se há qualidade na direção, se há qualidade no treinador para repetir, e pelos vistos não, mas ainda assim Rúben Amorim mantém algum crédito, fruto deste sucesso.

Neste momento, Frederico Varandas joga em cima da mesa e já não é pondo a carne toda no assador. Colocou o que resta no assador, ao renovar para todo o mandato, na tentativa de chegar ao fim apostando outra vez na sorte.

Completamente ao arrepio do que foi dito a aposta na formação é uma aposta “pisca-pisca”, pois temos um conjunto vasto de jogadores que vão entrando na primeira equipa, mas não ficam.

A política de aquisições e a política de vendas foi completamente errada, aliás assumida pelo próprio treinador e portanto, no fundo, esta renovação é o primeiro ato público de confissão de que as coisas não estavam bem, e é uma tentativa desesperada de segurar o único elo de ligação com os Sócios.

Não existe comunicação por parte da direção do Sporting. Existe a comunicação do Rúben Amorim, que é quem tem dito o que é para fazer, o que se deve fazer e o que se pode fazer. Acredito que Rúben Amorim, nas circunstâncias em que é rei e senhor do Clube, não lhe tenha sido difícil aceitar aumentar o tempo de contrato, até para se permitir a si próprio crescer mais um pouco.

Alguma coisa mudou? Nada ou quase nada daquilo que é o Sporting numa perspetiva de futuro.

A assinatura e renovação de Rúben Amorim vem na linha de afirmações de fidelidade e lealdade a treinadores. É mais uma tentativa de apagar um fogo do que renovar um projeto e são muitos os casos em que é uma antecâmara de um despedimento. Ainda não o sabemos, mas parece muito isso.

É Frederico varandas a fazer uso da sua única opção que se mostrou acertada, e tentar a velha máxima que “em equipa que ganha não se mexe”, mas a equipa já não ganha.

#PeloMeuSporting

Partilhar artigo