A Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal realizou-se, uma vez mais, no modelo de os Sócios poderem entrar e imediatamente votar. Foram nove horas consecutivas no passado domingo, dia 16 de outubro.
Desta vez, não conseguiram agendar em dia de jogo de futebol. Deixaram mesmo para o último dia possível, antes da sanção de perda de mandato.
Esta Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal tinha um ponto único de discussão: o Relatório e Contas da época 2021/22. Como tem sido hábito desapareceu a possibilidade de abordar os temas antes da “ordem do dia”. No entanto, essa regra só se aplica aos Sócios.
A Mesa da Assembleia Geral (MAG) arrogou-se a possibilidade de não cumprir a agenda que ela própria publicou. Assim, o Presidente da MAG começou por falar no modelo da AG que “decidiu ser assim e do qual não vê outra hipótese”. De seguida, um membro da MAG fez uma apresentação em power point, sem qualquer leitura. Mais um clássico destas reuniões.
Essa apresentação referia o número de votantes das últimas AG, realizadas neste modelo, versus as realizadas em mandatos de outros Órgãos Sociais. A conclusão foi que “este modelo era melhor, pois permitia mais participação”.
A falácia é tão grande que:
- Querem confundir votantes com participação e discussão. Basta ler os estatutos para perceber que nos direitos dos Sócios se distinguem bem estes três conceitos.
- Não se deram ao trabalho de referir os fatores que distorcem qualquer tipo de análise quantitativa: alteração das reuniões para dias em que há jogos, a duração das mesmas e a possibilidade de entrar, votar imediatamente e sair.
Na realidade, aquilo a que assistimos neste modelo, nas anteriores e nesta AG, é que durante as explicações deste membro da MAG, de Frederico Varandas e de Salgado Zenha estavam nas bancadas do João Rocha, cerca de 40 Sócios.
É este o “sucesso” deste modelo: quase ninguém ouvir os disparates, as faltas à verdade, a leviandade e superficialidade destes Órgãos Sociais.
Este modelo tem como objetivo desvalorizar as intervenções dos Sócios e as respetivas respostas dadas. Esvazia qualquer hipótese de haver uma massa crítica a assistir e a formar a opinião por si própria. Abre, assim, caminho ao spin da Direção pelos meios habituais.
Se os mais de 1.200 Sócios que foram votar tivessem assistido e verdadeiramente participado na AG, teriam visto que a maior parte das respostas dadas foram-no de forma petulante, a roçar a má criação e vazias de conteúdo. Apenas uma demonstração da falta de estatura para o cargo, da má preparação e incompetência que grassa naquelas longas mesas dispostas pelo palco.
#PeloMeuSporting