O modelo seguido nesta Assembleia Geral (AG) foi o modelo “inventado” no anterior mandato, com abertura imediata da possibilidade de votar, mesmo antes dos Órgãos Sociais apresentarem e fundamentarem as suas propostas, antes dos Sócios questionarem, ou apresentarem propostas.
“Foi decidido” que também assim será durante este novo mandato, algo expresso pelo novo PMAG, o mesmo que não vê “como poderemos continuar com a discussão e decidir de forma diferente”.
Não admira, por isso, que tendo sido “decidido”, a “discussão” tenha acontecido apenas entre os membros da MAG do Sporting Clube de Portugal, numa demonstração de que têm sobre si próprios a visão de que podem conduzir AG como se tivessem os poderes dos Juízes do Supremo dos EUA (o que é isso dos estatutos e regulamentos do Sporting Clube de Portugal?!?).
Posição Pelo Meu Sporting
A opinião do Pelo Meu Sporting não tem nada a ver com o resultado desta ou de outra AG. Mas não podemos ficar indiferentes ao cenário desolador vivido no domingo, 24 de Julho: uma direção a falar para 40 pessoas sentadas em bancadas que têm 3.000 lugares, ao mesmo tempo que meia dúzia de Sócios votam, ligando coisa nenhuma ao que se está a dizer.
Poderia fazer um clique, mas não faz, e tal visão só vem reforçar o nosso sentimento de que a intenção passa, precisamente, por evitar a discussão entre os Sócios, o questionar das medidas, poupando explicações aos Órgãos Sociais, pois é sempre melhor poder ter os “spin doctors” das redes socias e dos media a apresentarem os “factos alternativos” da maneira que mais convier ao poder estabelecido. Um poder que, não esqueçamos, sempre foi célere a apontar o dedo ao que apelidou de “minoria ruidosa”, mas que convive sorridentemente com uma maioria indiferente, desligada e silenciosa.
Claro que pelo meio não falta a frase populista, sacada à laia de condescendência paternalista, “as pessoas têm as suas vidas e assim podem entrar e sair”, como se aos direitos não haja os correspondentes deveres e obrigações.
Ainda, ficou claro, mais uma vez, que a marcação da AG para dia de jogo apenas tem como consequência a sua desvalorização, como que dizendo a AG não tem dignidade suficiente para viver por si só, necessitando de um jogo de futebol para ter existência.
Passamos a ter “uma espécie de AG”, um simulacro, pois na verdade apenas 40 Sócios fizeram aquilo que dizem os Estatutos, participando, discutindo, propondo, e, no final, votando.
Análise dos acontecimentos
É uma pena que dos 2.500 votantes, apenas 40 tenham ouvido que o aumento das quotas não é para aumentar a competividade das Modalidades, mas sim para “fazer face ao Défice de Tesouraria que continua a existir”, ou que “competimos com um rival que tem o dobro do volume de quotizações”. Esqueceram-se de referir que o custo mensal permanece igual (era, antes do aumento) e que esse rival tem o dobro dos Sócios. Acrescente-se-lhe a questão dos Patrocínios, intervenção da qual fica a ideia de que os actuais Órgãos Sociais chegaram ao limite das suas capacidades para fazer crescer o Clube, restando-lhes apenas aumentarem o esforço dos atuais Sócios.
Quem não ouviu e apenas votou de forma favorável a este orçamento, além de prescindir do seu direito estatutário de estar informado e votar de forma esclarecida, aprovou um corte do orçamento das Modalidades, enquanto os “tais” rivais o aumentam, isto depois de atingirmos um anunciado recorde de quotizações e em cima disso, agora, com um aumento do custo mensal suportado pelos Sócios.
Conclusão e alerta
Nada contra a sustentabilidade de médio e longo prazo, até porque sempre foi esse um dos motes da ação do Pelo Meu Sporting. Discordamos, isso sim, do caminho traçado para atingir esse objetivo e estaremos sempre presentes para alertar os Sócios.